Dirigir… até quando?
Saiba quando é o momento de você passar o volante para frente e manter a segurança
Algumas pessoas se tornam motoristas apenas por obrigação. Outras, adoram dirigir e consideram um hobby sair rodando por aí no fim de semana para relaxar. É comum que o dono de um veículo goste de se dispor a dirigir sempre o seu carro e não deixe que outras pessoas o façam por ele.
Para muitos, dirigir bem é uma questão de honra e o fazem com orgulho. No entanto, é preciso considerarmos: dirigir envolve riscos diversos. Precisamos compartilhar o espaço com outras pessoas e nossa atenção deve ser redobrada para evitar que acidentes aconteçam.
Essa atenção exige reflexos, boa visão, noções de perspectiva (o famoso golpe de vista), noções de espaço e velocidade e coordenação motora. Alguns veículos ainda exigem um pouco de disposição física, já que não possuem direção hidráulica.
De quatro em quatro anos, o Detran exige que a carteira de motorista seja renovada. Novos exames são feitos e, caso o motorista seja aprovado em todos, consegue a permissão para dirigir por mais quatro anos. Neste caso, a única recomendação é ficar atento a possíveis mudanças nas leis de trânsito.
Respeite as leis e seus limites físicos
Embora a medida seja eficiente até certo ponto, temos algumas considerações importantes a fazer. Por exemplo: há quem consiga burlar a lei e adquirir permissões falsas ou comprar exames.
Há também as pessoas que passam nos testes e acabam por perder alguma das características necessárias para manter uma boa direção dentro desses quatro anos. Isso pode se aplicar a qualquer pessoa, mas atinge ainda mais os idosos.
Por essa razão, aqui pretendemos dar algumas dicas de como podemos avaliar a nossa própria capacidade e abrir mão do volante tão logo notemos que há pessoas com reflexos mais rápidos ou que, por qualquer outro motivo, possam dirigir com mais segurança do que nós.
É importante ter humildade para admitir isso – não temos a obrigação de dar conta de todas as necessidades de nossa família por toda a vida.
Às vezes, vale a pena ir como passageiro e ter um deslocamento tranquilo, com riscos mínimos, desfrutar da paisagem e simplesmente descansar. Todos sabemos que isso é o mais prudente a se fazer.
Mas nem sempre é possível entender que este momento realmente chegou. Às vezes nos sentimos aptos sem de fato estar e o resultado disso pode ser a ocorrência de acidentes. Que tal evitar isso?
Visão
Problemas de visão podem ser um fator determinante para indicar que você já não oferece uma direção segura à si mesmo e à sua família.
Vale a pena consultar um oftalmologista se sentir que as imagens estão se confundindo ou que você não enxerga bem à distância nem com a ajuda de óculos. Dores de cabeça e a ocorrência de tontura enquanto se está dirigindo não são bons sinais.
Esteja seguro de que sua visão está boa o suficiente para dirigir. Caso contrário, busque um tratamento e só retorne quando o problema estiver resolvido.
Memória
Você tem esquecido quais ruas são mão dupla e quais são mão única? Tem se pegado constantemente na contramão? Andou encontrando marcas de arranhões e pequenas batidas no seu veículo que não sabe de onde vêm?
Cuidado
Você pode estar sendo afetado por fatores como o stress, por exemplo. Se possível, suspenda a sua função de motorista até que essas ocorrências acabem. Se você conhece alguém que passa por isso de forma constante e o problema não parece ter solução, talvez seja o melhor momento para recomendar que se “aposente” do volante.
A memória é essencial para uma boa direção, visto que temos leis diversas para memorizar e, ao esquecê-las, podemos ser multados ou causar acidentes.
Cansaço
É comum que diversos motoristas sofram acidentes por dormir enquanto dirigem. Não corra esse risco! Se sentir que está cansado o suficiente para ter tendência a cochilar enquanto está dirigindo, pare imediatamente e passe a direção a alguém.
Se este tipo de situação for recorrente, repense o seu caso: talvez seja o momento de você evitar gastar energia dirigindo e se poupar para fazer outras coisas no seu dia a dia. Este conselho vale ainda mais quando você tem que pegar a estrada com uma frequência maior.
Inevitavelmente, um dia teremos que parar de dirigir. À medida que envelhecemos, perdemos os nossos reflexos, de modo que nosso tempo de resposta fica maior e pode não dar tempo de sairmos de alguma situação complicada no trânsito. A visão também pode ser prejudicada e não há como discutir diante deste fator.
A médica geriatra Regina Vasconcelos recomenda para saber quando é conveniente parar de dirigir, precisamos prestar mais atenção na capacidade de cada um e não necessariamente na idade – isso pode ser bastante relativo.
Uma boa alternativa, é que o idoso não pare abruptamente de dirigir, mas que saia nas horas com menos movimentação e durante o dia, evitando assim que se arrisque.
Abandonar a direção não é um sinal de fraqueza. É simplesmente um momento da vida que todos enfrentaremos um dia, mais cedo ou mais tarde, por um ou outro motivo.
É importante que pensemos sempre que, dentro de um veículo, estamos expostos a diversos tipos de risco e quando estamos transportando pessoas, temos uma responsabilidade ainda maior.
Portanto, é importante ficar atento à própria capacidade e a dos idosos de nossas famílias, identificando possíveis ocasiões nas quais a boa direção esteja falhando de alguma forma.
Atividade física e direção
Sim, os dois assuntos estão bastante relacionados! Quer saber como? Simples: a atividade física trabalha os reflexos, a coordenação motora e a disposição física, além de aliviar o stress.
Assim, um dos fatores a se considerar se você deseja prolongar o seu tempo de motorista é a prática regular de atividades físicas.
Embora não possamos afirmar que um idoso fisicamente ativo esteja completamente apto a dirigir – novamente, devemos ressaltar que é algo relativo – podemos entender que poderemos dirigir por muito mais tempo se tivermos os principais benefícios que a atividade física trazem.